Contexto histórico
As brinquedotecas surgiram de acordo com Cunha (1992) por volta de 1934 na cidade de Los Angeles, o dono de uma loja de brinquedos começou a perceber que os seus produtos começaram a ser furtados pelas crianças. Foi então que resolveu notificar o diretor de uma escola próxima. Este chegou à conclusão de que os furtos poderiam estar ocorrendo devido ao fato dessas crianças não possuírem brinquedos e nem terem condições de comprá-los. Surgiu então a idéia de se criar um projeto, em que brinquedos eram emprestados como um recurso comunitário cujo serviço foi chamado de Los Angeles Toy Loan.
Em 1963, em Estocolmo, na Suécia, a idéia começou a ser melhor desenvolvida e ampliada, duas professoras e mães de crianças excepcionais abriram a primeira Lekotek (ludoteca) com o intuito de emprestar brinquedos e também orientar às famílias desse tipo de crianças sobre as melhores formas de brincar com seus filhos. A filosofia básica das Lekoteks era que a aprendizagem ocorresse com o manuseio dos brinquedos, daí a necessidade de oferecê-los a criança de acordo com a sua idade. A partir daí surgiram na Inglaterra, Canadá, Itália, África do Sul, Argentina, Austrália, dentre outros, novos trabalhos com as mesmas perspectivas.
No Brasil, em 1971, por ocasião da inauguração do Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – de São Paulo, houve uma exposição de brinquedos pedagógicos, objetivando divulgar aos profissionais e pais as novidades e os trabalhos voltados para os brinquedos. Com isso criou-se o Setor de Recursos Pedagógicos dentro da APAE, que em 1973 implantou o Sistema de Rodízio de Brinquedos e Materiais Pedagógicos, denominado Ludoteca. Diante disso, os que eram do Setor Educacional da APAE foram catalogados e utilizados dentro das bibliotecas circulantes.
Em 1979, a pedido do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) – MEC, foi elaborado o livro Material pedagógico – manual de utilização, pelo MEC – FENAME (Fundação Nacional de Material Escolar), no ano de 1981 em uma nova edição com dois volumes apresentava os brinquedos como instrumentos para enriquecer o processo de aprendizagem. Ainda de acordo com Cunha (1992), nesse mesmo ano, foi divulgado no II Congresso Internacional de Brinquedotecas (Toy Libraries International Conference), realizado em Estocolmo, Suécia.
Essa participação estimulou a vontade de estender o que o brinquedo pode fazer no desenvolvimento cognitivo na vida das crianças. Assim, surgiu a idéia de brinquedoteca, que se tornou realidade na Escola Indianópolis na cidade de São Paulo e abriu suas para que todas as crianças a frequentassem. Em todo país foi o marco da divulgação da brinquedoteca, um momento em que vários segmentos sociais se interessaram por essa forma de trabalho infantil. O que diferenciava a brinquedoteca das toy libraries era a priorização das brincadeiras e não só do empréstimo de brinquedos. A idéia se tornou um sucesso e as brinquedotecas foram surgindo em diversos lugares. Também foi criada para o trabalho com as crianças excepcionais a brinquedoteca terapêutica, na APAE de São Paulo o que contribuiu de forma significativa para difundir a filosofia da brinquedoteca. Atualmente cada nova brinquedoteca que é criada, abre-se um novo espaço não só para crianças, mas também para os adultos trabalharem nela.
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